Este ano, em Coimbra, as exposições distribuem-se por vários locais: o Convento de S. Francisco, o Museu da Ciência, o Museu Municipal, a Casa da Cultura e os dois núcleos do Círculo de Artes Plásticas (CAPC). Foi um destes núcleos, no Jardim da Sereia, que nós visitámos esta semana. Aqui, vimos três exposições: uma de Patrick Baz sobre a minoria cristã no Líbano, outra de Ferhat Bouda sobre a situação do povo berbere nas montanhas do Atlas em Marocos e outra de Niels Ackermann sobre as crianças de Chernobyl que já cresceram e são hoje adultos à procura de uma vida normal.
Patrick Baz é um fotojornalista libanês, pertencente à minoria cristã desse agitado país do Médio Oriente, que, depois de se retirar da sua atividade profissional, regressou à sua pátria. Em vez de encontrar um ambiente de paz, Baz testemunhou os massacres de que são vítimas os membros desta minoria religiosa às mãos dos radicais islâmicos. Apesar de perseguidos e maltratados, os cristãos maronitas, é esta a designação desta minoria, exibem ostensivamente os seus símbolos e insistem em praticar os seus rituais.
Na sala contígua, Ferhat Bouda regista cenas chocantes da vida do povo berbere, nomeadamente das crianças. Os berberes são os mais antigos habitantes do Norte de África. Desde tempos imemoriais vivem nos vastos territórios que vão da costa atlântica de Marrocos até aos oásis do deserto do Egipto. Falam a sua própria língua e têm uma identidade cultural muito vincada. Todavia, e talvez por isso mesmo, têm sido vítimas de perseguições, sendo empurrandos para as recônditos e quase inacessíveis montanhas do alto Atlas, zonas muito montanhosas de Marocos.